sábado, 8 de março de 2014

EDUCAÇÃO ESCOLAR DE PESSOAS COM SURDEZ – ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO EM CONSTRUÇÃO

No texto divulgado para estudo, podemos observar que a Libras e a Língua Portuguesa, em suas variantes de uso padrão, ensinadas nas escolas, devem ser tomadas em seus componentes histórico-culturais, além de seus aspectos formais, envolvendo a fonologia.
Sob a ótica bilíngue, percebe-se que muitas questões se colocam, tais como: que a proficiência em duas línguas ainda parece uma ilusão, pois ainda se pensa na subordinação de uma língua; há uma visão educacional priorizando a língua de sinais; prega-se uma hierarquia nos usos da língua, como se pudesse ser definido a priori; A abordagem bilingüe foi legitimada  e aplicada a obrigatoriedade dos dispositivos legais do Decreto 5.626 de 5 de dezembro de 2005, que determina o direito de uma educação que garanta a formação da pessoa com surdez, em que a Língua Brasileira de Sinais e a Língua Portuguesa, preferencialmente na sua modalidade escrita, constituam línguas de instrução, e que o acesso às duas línguas  ocorra de forma simultânea no ambiente escolar, colaborando para o desenvolvimento de todo o processo educativo.
O ambiente em que a pessoa com surdez está inserida, em especial, o da escola regular, uma vez que não lhe oferece condições para que se estabeleçam mediações simbólicas com o meio físico e social, não exercita ou provoca a capacidade representativa dessas pessoas, consequentemente, compromete o desenvolvimento do pensamento, da linguagem e da produção de sentidos. A atenção deve estar centrada, primeiramente, no potencial natural que esses seres humanos têm, independente de deficiência, diferença, limites ou mesmo do marcador surdo. Nessas pessoas, se lhes forem criados ambientes propícios para desenvolverem o seu potencial, as marcas do déficit, da falta, da falha e da deficiência serão secundarizadas e será exaltado o seu potencial humano.
Para efetivar o cotidiano escolar do AEE PS, aplica-se a metodologia experimental, que leva o aluno a aprender a aprender. Essa metodologia é compreendida como um caminho percorrido pelo educador, para favorecer as condições essenciais de aprendizagem do aluno com surdez, numa abordagem bilíngue. A organização didática do AEE PS é idealizada mediante a formação do educador e do diagnóstico inicial do aluno com surdez em seguida, o educador elabora o plano AEE PS, envolvendo três momentos didático-pedagógicos: Atendimento Educacional Especializado em Libras; Atendimento Educacional Especializado para o ensino da Língua Portuguesa escrita; e o atendimento educacional especializado para o ensino de Libras. Este plano de AEE PS deve respeitar o ambiente comunicacional das duas línguas e a participação ativa e interativa dos alunos com surdez, assegurando uma aprendizagem efetiva.
Segundo Damázio são vários os empecilhos que levam as pessoas com surdez a apresentar um baixo desempenho escolar e é preciso romper com essas dificuldades em prol de uma aprendizagem significativa. Ele cita: exigência do aprendizado da Língua Portuguesa pelo aluno com surdez no mesmo tempo e ritmo que os ouvintes; conteúdos ministrados em língua oral ou só por meio da interpretação de Libras; intérprete de Libras fixo na classe regular, estabelecendo total dependência do aluno com surdez; professor do AEE PS, sem qualificação para atuar no ensino das duas línguas; dentre outros.
Damázio também apresenta  forma do trabalho do AEE PS, segundo ele envolve três momentos: Atendimento Educacional Especializado em Libras (ocorre diariamente, em horário contrário aos da sala de aula comum);  Atendimento Educacional Especializado para o Ensino da Língua Portuguesa (português escrita, considerada a segunda língua para as PS que acontece na sala de aula multifuncional e em horário diferente ao da sala de aula comum) e o Atendimento Educacional Especializado para o ensino de Libras (o ensino da Língua de Sinais Brasileira (LIBRAS) realizado preferencialmente por profissionais com surdez).
Diante do exposto, observa-se que o  estudo sistemático de Libras e Língua Portuguesa escrita não só é complemento necessário ao bom desempenho escolar do aluno com surdez, como também é garantia da sua inclusão em escolas regulares.Dessa forma é importante salientar a importância da inclusão e que os profissionais da área estejam cada vez mais engajados no processo ensino-aprendizagem.

REFERÊNCIAS
                                                                                      
DAMÁZIO, M. F. M.; FERREIRA, J. Educação Escolar de Pessoas com Surdez-Atendimento Educacional Especializado em Construção. Revista Inclusão: Brasília: MEC, V.5, 2010. p.46-57. 


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